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Não desvie seu olhar!
Outra face da Violência no Brasil
Maus tratos contra crianças e adolescentes.
O
Brasil é o país com as maiores estimativas de maus-tratos contra crianças no mundo
“Não basta ter sido bom quando
deixar o mundo. É preciso deixar um
Mundo melhor!” Bertolt Brecht
Foram pesquisados dados de abuso sexual, físico e emocional e
negligência física e emocional publicados em cerca de 30 países. “Existe uma
relação direta entre o Produto Interno Bruto (PIB) do país analisado e as
estimativas de negligência física. Quanto menor o índice econômico, maior a
taxa deste tipo de maus-tratos. Apesar do PIB do Brasil não estar entre os mais
baixos, o País mostra estimativas muito altas de negligência infantil”,
afirma o coordenador do trabalho,
professor do Programa
de Pós-Graduação em Pediatria e Saúde da Criança e do Pós-Graduação em Psicologia da
PUCRS Rodrigo Grassi-Oliveira.
Segundo o pesquisador, a negligência física é
caracterizada por atos de abandono da criança, privando-a de alimentos,
vestuário e cuidados com a saúde.
Maus-tratos é um termo bastante difundido para se referir
à violência cometida contra crianças e adolescentes no âmbito familiar, no
âmbito institucional mais amplo ou pela sociedade. Essa noção não é muito
precisa e tem sido criticada por vários estudiosos porque ela faz supor que aos
“maus tratos” se oporiam “bons tratos”. Portanto carrega uma conotação apenas
moral, quando a violência contra meninos e meninas é um problema social muito
sério, com uma carga cultural fortíssima, sobretudo em dois sentidos: que esses
seres em formação seriam propriedade de seus pais; e que para educá-los seria
preciso puni-los quando erram ou se insubordinam. Por causa do uso corrente e
mais abrangente o termo “maus-tratos”, aqui será usado como sinônimo da
violência social contra meninos e meninas no interior das famílias ou fora
delas. A Violência Social é um fenômeno complexo.
A violência intrafamiliar e institucional sempre afetou a saúde
e a qualidade de vida de milhares de crianças e jovens no Brasil. Em nosso
país, formas agressivas e cruéis de se relacionar são frequentemente usadas por
pais, educadores e responsáveis por abrigos casa lar, como estratégias para
educar e para corrigir “erros” de comportamento de crianças e adolescentes. Mas,
esta mentalidade, esse tipo de atuação, está reconhecido cientificamente que,
além de serem contraproducentes, são nocivos. Bater, ferir, violar, menosprezar, negligenciar e abusar são verbos que
não devem ser usados no trato da infância e da adolescência por vários motivos:
•
muitos estudos mostram que a violência, da qual a pessoa é vítima nos primeiros
anos de vida, deixa sequelas por toda a existência;
•
a criança e o jovem não são objeto ou propriedade dos pais ou de qualquer
adulto e sim, sujeitos de direitos especiais reconhecidos pela Constituição
Brasileira e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA);
•
essa violência que ocorre silenciosamente dentro das famílias e na sociedade,
como se fosse um fenômeno banal, é na verdade potencializador da violência
social em geral;
•
as pessoas vítimas de violência na infância podem repeti-la quando se tornam
adultas, especialmente com seus próprios filhos ou com outras crianças e
adolescentes com as quais se relacionam socialmente. Hoje, as violências e os
acidentes juntos constituem a segunda causa de óbitos no quadro da mortalidade
geral brasileira. Inclusive nas idades de 1 a 9 anos, 25% das mortes são
devidas a essas causas. E de 5 a 19 anos é a primeira causa entre todas as
mortes ocorridas nessas faixas etárias. Ou seja, a gravidade desse problema
atinge toda a infância e adolescência. E as lesões e traumas físicos, sexuais e
emocionais que sofrem, embora nem sempre sejam fatais, deixam sequelas em seus
corpos e mentes por toda a vida.
•
Negligência e abandono – assim são chamadas as omissões dos pais ou de outros
responsáveis (inclusive institucionais) pela criança e pelo adolescente, quando
deixam de prover as necessidades básicas para seu desenvolvimento físico,
emocional, espiritual e social.
O abandono é considerado uma forma extrema de
negligência. A negligência significa a omissão de cuidados, Art. 4º. ECA - É
dever da família,... assegurar com absoluta prioridade, a efetivação dos
direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
à convivência familiar e comunitária. A falta de atendimento aos cuidados necessários com a saúde;
alimentação, o descuido com a higiene; a ausência de proteção contra as
inclemências do meio como o frio e o calor; o não provimento de estímulos e de
condições para a frequência à escola, que significa negligencia e/ou abandono
intelectual. Art. 129 São
medidas aplicáveis aos pais ou responsável Inciso V -
obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência
e aproveitamento escolar. Acompanhar frequência e
desempenho depende de dedicação de tempo com qualidade. Os pais e responsáveis
devem otimizar o tempo... muitos pais e/ou responsáveis têm tempo para contatos
em rede social com amigos, mas não tem tempo para sequer participar da vida
escolar do filho, seja para auxiliá-los/verificar as tarefas, participar de
reuniões, conhecer a equipe escolar que se dedica à promoção intelectual do
filho ou pupilo. São ações simples, que
levará o educando a valorizar o conhecimento, o espaço escolar, o respeito para
os docentes e funcionários das instituições.
•
Abusos físicos também denominados sevícias físicas: são atos violentos com uso
da força física de forma intencional, não acidental, praticada por pais,
responsáveis, familiares ou pessoas próximas da criança ou do adolescente, com
o objetivo de ferir, lesar ou destruir a vítima, deixando ou não marcas
evidentes em seu corpo.
Os
estudiosos dessa forma de violência mostram que há vários graus de gravidade,
que vão desde tapas, beliscões, até lesões e traumas causados por gestos que
atingem partes muito vulneráveis do corpo, uso de objetos e instrumentos para
ferir, até provocação de queimaduras, sufocação e mutilações.
Não
é raro que a agressão física conduza à morte de crianças e adolescentes. Na
verdade a vítima pode apresentar desde fraturas ósseas, hematomas, lesões
cerebrais, queimaduras, e outros sinais de crueldade. O diagnóstico é baseado
em evidências clínicas e radiológicas das lesões. Podendo ser comprovado com exames
de Lesões Corporal, periciado pela medicina legal.
•
Abuso sexual – consiste em todo ato ou jogo sexual, relação heterossexual ou
homossexual cujo agressor está em estágio de desenvolvimento psicossexual mais
adiantado que a criança ou o adolescente. Tem por intenção estimulá-la
sexualmente ou utilizá-la para obter satisfação sexual.
Apresenta-se
sobre a forma de práticas eróticas e sexuais impostas à criança ou ao
adolescente pela violência física, ameaças ou indução de sua vontade. Esse
fenômeno violento pode variar desde atos em que não se produz o contato sexual (voyerismo, exibicionismo, produção de fotos),
até diferentes tipos de ações que incluem contato sexual sem ou com penetração.
Engloba ainda a situação de exploração sexual visando lucros como é o caso da
prostituição e da pornografia. Enfatizando que a criança e/ou adolescente impúbere, não se prostitui,
ele/ela é prostituído.
•
Abuso psicológico – constitui toda forma de rejeição, depreciação,
discriminação, desrespeito, cobranças exageradas, punições humilhantes e
utilização da criança ou do adolescente para atender às necessidades psíquicas
dos adultos. Todas essas formas de maus tratos psicológicos causam danos ao
desenvolvimento e ao crescimento biopsicossocial da criança e do adolescente,
pela falta de materialidade do ato que atinge, sobretudo, o campo emocional e
espiritual da vítima e pela falta de evidências imediatas de maus-tratos, este
tipo de violência é dos mais difíceis de ser identificado. Incluindo aqui a
alienação parental. Lei 11.318/2010.
Diante da realidade da violência
doméstica e do abuso, é urgente a necessidade de criarmos rede de apoio às
pessoas agredidas e machucadas, oferecendo ajuda no processo de superação de
traumas. Superar o discurso da paz aparente, com ações que levem à pacificação
dos relacionamentos por meio da tomada de consciência, é um desafio que se
coloca diante de lideranças político-religiosa e gestores públicos, frente ás
situações de abuso e violência. Embora líderes espirituais nem sempre tenham a
capacitação específica para lidar com a complexidade do problema, estudos
norte-americanos indicam que 60% daqueles que enfrentam profundos problemas
familiares buscam orientação de pastor,
sacerdote e/ou liderança religiosa.
Algumas instituições têm se despertado mobilizando
campanhas para atendimento às vítimas, porém é necessário que as lideranças se
capacitem a fim de instruírem os líderes de pequenos grupos, educadores,
cuidadores para uma abordagem qualificada e encaminhamento dos casos às
autoridades competentes.
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Rompendo o Muro do Silêncio
“Erga a voz em favor dos que não podem se
defender-se,
seja o defensor de todos os desamparados,
defenda os direitos dos pobres e dos desamparados.”
Provérbios 31 8,9b
Jeremias Fontoura
Conselheiro Tutelar de Colombo Pr
Colaborador GE News
Gilberto Espinodola
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